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JOAN ZORRO

(  Portugal  )

 

 

João Zorro ou Joham Zorro ou ainda Johan Zorro (fl. Lisboa, século XIII) foi um jogral, provavelmente português, ainda que a origem galega não esteja excluída, que exerceu a sua atividade artística em Portugal durante o reinado de D. Dinis.

As suas obras encontravam-se transcritas no hipotético "Livro das Cantigas" hoje perdido mas que terá sido transcrito nos manuscritos quinhentistas chamados Cancioneiro da Biblioteca Nacional e Cancioneiro da Vaticana. São sobretudo cantigas de amigo, dez ao todo, e apenas uma cantiga de amor.  A notação musical das suas cantigas não sobreviveu.

Tal como o também jogral Martim Codax cantou principalmente temas relacionados com o mar. Uma característica muito particular deste autor é o Ciclo "de Lisboa" (das "barcas" ou d'"El Rei de Portugal"), um conjunto uniforme em que o rei de Portugal (D. Dinis I) surge como interveniente e em que há uma referência consistente do lançamento ao mar de barcas dos estaleiros medievais de Lisboa (então chamados tercenas e que ocupavam o espaço onde foi posteriormente construído o Paço da Ribeira).

Uma outra célebre cantiga, a chamada "Bailia das avelaneiras" foi aparentemente citada pelo trovador galego Aires Nunes, o que, comprovando-se, significaria que a sua obra teria circulado entre as cortes de Dinis I de Portugal e Sancho IV de Leão e Castela.

Biografia:  https://pt.wikipedia.org/wiki/João_Zorro

 

VIEIRA, Yara Frateschi.   POESIA MEDIEVAL. LITERATURA PORTUGUESA.      São Paulo: Global, 1987.  208 p.  (Coleção literatura em perspectiva.  Série Portuguesa)                                    Ex. bibl. Antonio Miranda

      [31]
    El-rei de Portugale
barcas mandou lavare,
e lá iram nas barcas migo
mia filha e noss´amigo.

El-rei portuguese
barcas mandou fazere,
e lá iram nas barcas migo
mia filha e noss´amigo.

Barcas mandou lavrare
e no mar as deitare,
e lá iram nas barcas migo
mia filha e noss´amigo.

Barcas mandou fazere
e no mar as metere,
e lá iram nas barcas migo
mia filha e noss´amigo.

CC  3  (CBN    1153)

       

***


[32]  Bailemos agora, por Deus, ai velidas,
so aquestas avela neiras frolidas,
e quem for velida, como nós velidas,
s´amig´amar,
so aquestas avelaneiras frolidas
verrá bailar!

Bailemos agora, por Deus, ai loadas,
so aquestas avelaneiras granadas
e quem for loada, com nós loadas,
s´amig´amar,
so aquestas avelaneiras granadas
verrá bailar!

 

             CC  9   (CBN  1158)

 

 

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Página publicada em abril de 2023




 

 


 

 

 
 
 
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